Páginas

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Desenvolvimento do Home care no Brasil

O Desenvolvimento do Home care no Brasil
O desenvolvimento, na área privada, do atendimento domiciliar no Brasil, ocorreu, inicialmente, sem o suporte de um padrão de licenciamento que orientasse o crescimento da modalidade Home Care, de uma forma uniforme e eficaz. A própria definição deste tipo de serviço sofreu várias interpretações e a natureza básica do mesmo foi, muitas vezes, mal representada. Por muito tempo haviam poucos profissionais com experiência nesta área no Brasil, e os estrangeiros sofriam com a falta de compreensão da cultura e da realidade socioeconômica brasileira. Porém, a realidade vem se transformando, em 26 de janeiro de 2006, a ANVISA lançou a RDC 11 que fornece as primeiras diretivas para a prática da modalidade no Brasil. Hoje em dia, já existem muitos talentos nacionais e associações que estão se empenhando no desenvolvimento de uma modalidade que promete se impor no futuro no sistema de saúde.
Fatores que justificam a adoção do Sistema de Home Care:
O envelhecimento da População.
Pesquisas comprovam um aumento da população idosa, e conseqüentemente um aumento no número de doenças relacionadas com senilidade.
O aumento da Necessidade de Cuidados Médicos em Doenças Crônicas.
O aumento da incidência de doenças crônicas e a incapacitação funcional não podem ser ignoradas, pois os custos de gerenciamento dessas condições prometem ter um aumento significativo.
O Aumento do Custo de Tecnologias Diagnósticas e de Tratamento.
Para o Plano de Saúde, o Home Care oferece um serviço extra e promove um aumento na qualidade de vida de seus usuários, além de benefícios decorrentes da redução nos seus custos com hospitalização.O Home Care é inerente de um controle maior da utilização de recursos em áreas como centro médico, terapêutico e diagnóstico. Terapias hospitalares de alto custo geralmente podem ser realizadas em uma fração de custo reduzido em Home Care.
O Aumento do Interesse pelo auto-cuidado.
O grande interesse do cidadão pelo gerenciamento de sua própria saúde e pela saúde dos seus amigos e familiares, oferece uma oportunidade singular para essa modalidade, por exemplo, a chance da transferência programada e responsável de certas tarefas (que tradicionalmente estavam a cargo do médico, enfermeiro e do hospital) para o paciente, amigo ou familiar. Estas pessoas passam a ter um novo papel no sistema Home Care: o do Cuidador Informal.
O Cuidador Informal e/ou o paciente, podem ser treinados no gerenciamento diário de sinais e sintomas relacionados com a alternância das condições de saúde, troca de curativos em lesões simples e de baixo risco, administração e monitoramento de dietas especializadas, administração de certos medicamentos e outros procedimentos seguros. Como resultado, o cliente/paciente terá uma vida mais saudável, sem a ameaça de repetidas hospitalizações e mais controle dos resultados de seu tratamento, além da satisfação de estar em seu lar.
Os Recursos Financeiros Insuficientes Destinados à Saúde Pelo Governo.
Muitos países destinam boa parte de suas verbas para o financiamento e tratamento de enfermidades, ao invés de investi-las em prevenção ou manutenção da saúde. O sistema de Home Care nos dá a oportunidade de intervir beneficamente, na prevenção e tratamento precoces de várias patologias e suas seqüelas, por intermédio da metodologia de ensino e programas de prevenção para clientes e cuidadores.
O aumento do custo vinculado à prestação de serviços de saúde para pessoas que são ou não asseguradas.
O inevitável aumento geral do custo da medicina no país.
Dificuldades das instituições hospitalares.
Para o Hospital que encontra dificuldades em relação aos pacientes de permanência prolongada e de alto custo, o Home Care oferece uma alternativa de tratamento que mantém ou melhora os padrões de atendimento, reduzindo significativamente o seu custo de internação, bem como, possibilita maior rotatividade de leitos, dando chance a pacientes mais necessitados de hospitalização. Convém frisar que o Home Care não é uma alternativa ao internamento hospitalar, quando o paciente tem uma indicação clínica que necessite dos recursos físicos e profissionais de um hospital, pois nesses casos, o melhor ambiente para ele é sem dúvida, o hospital.
Necessidade de Gerenciamento de Custo e Risco Pelos Planos de Saúde.
A busca, já evidente, da eficiência e da metodologia de gerenciamento do custo no competitivo mercado hospitalar e de Planos de Saúde no Brasil, tem incentivado as fontes pagadoras a monitorarem todos os parâmetros e meios empregados no fornecimento de serviços aos seus usuários.
A desconsideração do Home Care como ferramenta importante no gerenciamento de custos, aumento da qualidade e da fidelidade dos usuários, mostrará num futuro próximo, ser um erro sério de planejamento.
Edvaldo de Oliveira Leme, R.N.C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário