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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Streptococcus B ( GBS )


Streptococcus B ( GBS )




Streptococcus B é uma bactéria que causa morte em bebês prematuros e que é desconhecida por muitas gestantes. Um exame laboratorial realizado até 48 horas antes do parto normal elimina o risco.
Sabe-se hoje que o Streptococcus é a bactéria mais freqüentemente isolada dos quadros de sepse neonatal precoce, podendo ou não vir acompanhado de meningite, pneumonia, osteomielite, etc - quadro este não raro fatal.
Em 1970, este microrganismo chamado também de estreptococo beta hemolítico do grupo B, ou simplesmente SBB, emergiu como o principal patógeno em UTIs neonatais, causando elevada mortalidade nos recém-nascidos. Essa bactéria, descoberta há quase 100 anos, coloniza o intestino humano, sendo parte da flora intestinal normal, podendo ou não estar presente nas fezes. A partir do intestino o SBB pode se instalar no trato genital feminino (parede vaginal), sem apresentar qualquer sintomatologia clínica.

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico consiste em fazer duas culturas coletadas de locais diferentes: parede vaginal e ano-retal, e devem ser realizadas entre 35 e 37 semanas de gestação ou quando a mulher apresentar trabalho de parto ou ruptura de bolsa antes de 37 semanas.

O resultado pode ser obtido em 30 horas ou menos, incluindo a prova de susceptibilidade aos antibióticos. Com esse resultado o ginecologista saberá qual paciente deve ser medicada e com qual antibiótico. Importante salientar que somente a cultura pode identificar as mulheres que realmente necessitam ser medicadas, e assim evitar o uso indiscriminado de antibióticos.

O antibiótico (penicilina) é a droga de escolha e deverá ser prescrita para as mulheres com cultura positiva para estreptococo do grupo B.
Existe também a indicação de tratamento para parturientes em trabalho de parto antes de 37 semanas e que não tenham o resultado da cultura.
Esta bactéria está presente em cerca de 15 a 35% das gestantes ao longo da gravidez. Segundo o médico obstetra Marcelo Luís Nomura, do CAISM - Unicamp, autor da tese de doutorado que investigou o assunto, em 50% dos partos em mulheres contaminadas, a bactéria - que não causa sintomas nas mães - pode ser transmitida ao recém nascido.

Uma cultura positiva significa que a gestante é portadora de GBS - e não que ela ou seu concepto ficarão doentes. Não devem ser dados antibióticos orais antes do parto para as mães colonizadas porque, neste momento, antibióticos não são capazes de previnir a doença por GBS no recém-nascido. Uma exceção é quando GBS é detectado na urina. Neste caso, a mãe deve ser tratada no momento do diagnóstico. Conhecer as portadoras de GBS na vagina ou no reto é importante no momento do parto - quando os antibióticos são efetivos na prevenção da transmissão.

A infecção pode causar meningite, pneumonia e septicemia (infecção sangüínea) nos recém-nascidos, e ocorre em 2% dos bebês de mães colonizadas. Os prematuros podem se infectar com maior freqüência e os sintomas aparecem poucas horas após o nascimento.
Cerca de 15% a 30% dos sobreviventes da meningite apresentam seqüelas neurológicas, visuais e auditivas graves. A taxa de mortalidade varia de 2% a 30%.

 Ainda não há vacina preventiva para o controle da   bactéria, portanto a única forma de prevenção é o tratamento precoce. O exame laboratorial minimiza a antibioticoterapia empírica, pois pode ser realizado em até 48 horas antes do parto.

Com o diagnóstico positivo, a parturiente é medicada com penicilina. As alérgicas podem ser medicadas com outro antibiótico.
Para o médico Dr.Ulysses Moraes Oliveira, especialista em microbiologia clínica, e responsável pelo desenvolvimento desse meio de cultura, há necessidade de se difundir ao máximo esse conhecimento, para não mais haver recém-natos colonizados e com possibilidade de vir a óbito.

O exame laboratorial detecta quase 100% dos casos e orienta a terapêutica para um antibiótico específico de baixo custo e de ação rápida, minimizando o tempo de internação e conseqüente alta hospitalar.
Para tanto, se deve divulgar e informar a mulher e o obstetra. “Na maioria dos casos, o médico deixa de investigar a presença da bactéria por desconhecer que existe esse exame e que ele pode ser realizado com agilidade, a baixo custo e com fácil implantação pelos laboratórios” afirma o especialista.
Dr. Oliveira diz ainda que a coleta feita em tempo hábil antes do parto para a identificação da bactéria e o imediato tratamento no momento do parto reduzem a zero o risco de morte do bebê.

Para o médico Dr.Marcelo Luís Nomura, apesar de não haver recomendação oficial governamental, o CAISM - Unicamp realiza o exame em todas as gestantes entre 35 e 37 semanas de gravidez, como recomendado há alguns anos na América do Norte, em alguns países europeus e num protocolo oficial, seja de órgãos oficiais ou de sociedades de especialistas. “Esta é a única forma de garantir que o diagnóstico precoce seja prática habitual dos médicos”, esclarece.



São consideradas gestantes de alto risco para transmissão de streptococcus B:

1. Trabalho de parto antes de 37 semanas de gestação (mesmo com membranas íntegras)
2. Gestação a termo com bolsa rota, com trabalho de parto em tempo superior a 18 horas.
3. Febre inexplicada durante o trabalho de parto
4. Infecção fetal por GBS em gestação anterior
5. Infecção do trato urinário por GBS presente ou passada


Profilaxia para streptococcus B

1. Pode ser feita dando antibióticos intravenosos para a mãe durante o parto nas seguintes condições:
A. Toda gestante que teve um filho prévio com doença por GBS ou que teve infecção urinária por GBS.
B. Gestantes portadoras de GBS (cultura positiva) devem receber antibióticos no momento do parto ou ruptura de membranas.
C. Gestantes de alto risco sem rastreamento prévio.
2. Anti-sepsia do canal de parto com gluconato de clorexidina: tem excelente ação sobre germes gram-positivos e baixa toxicidade. Pode ser feita pela irrigação vaginal de clorexidina e repetida a cada 6 horas até o nascimento ou pelo uso tópico de solução aquosa de clorexidina vaginal durante o trabalho de parto. O seu uso parece ser benéfico para evitar a doença precoce do recém-nascido causada pelo GBS.


Streptococcus B positivo é contra-indicação do Parto vaginal?

NÃO!!! Muitos obstetras dizem que sim, e às vezes por falta de informação e orientação inadequada da gestante, o obstetra indica a cesárea.
Streptococcus B positivo não é indicação de cesárea, mas vale lembrar que como descrito acima, com um resultado de cultura positivo a profilaxia adequada é indispensável! A segurança do bem estar e da saúde da mamãe e do recém-nascido é prioridade.

Enfa Obstetra Simone Nascimento




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