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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

LIDERANÇA E PLANEJAMENTO EM HOME CARE

LIDERANÇA E PLANEJAMENTO EM HOME CARE



Por Adriano Antonio Marques de Almeida*
Nos últimos tempos temos observado rápidas transformações na área da saúde – crescente incorporação tecnológica, novas propostas assistenciais, profissionalização, envelhecimento da população, novo perfil epidemiológico entre outros. Este cenário exige das instituições uma enorme capacidade de adaptação, capaz de fazer frente a essas mudanças.
E por exercerem influência direta sobre os resultados da organização, dois aspectos da gestão merecem destaque: o papel da liderança como agente mobilizador e a utilização sistemática do planejamento como norteador das ações.
A modalidade de assistência domiciliar é uma atividade complexa e contínua. Contempla atividades assistenciais e administrativas por meio da oferta de profissionais, equipamentos, medicamentos e materiais, e tecnologia, para pacientes que necessitam de assistência semelhante à disponibilizada em ambiente hospitalar. Portanto, é fundamental que se estabeleçam ações planejadas e integradas para garantir a melhor assistência ao paciente.
Do ponto de vista da assistência, é fundamental que se estabeleça uma relação de confiança entre o paciente/família e a equipe multiprofissional, uma vez que essa modalidade assistencial promove o contato mais próximo com familiares, além de gerar uma natural insegurança ocasionada pela saída do ambiente hospitalar. Quanto às questões administrativas, podemos considerar os desafios da alocação de profissionais, da logística de distribuição de materiais e medicamentos, da supervisão sobre a infraestrutura de suporte e do acesso a rede hospitalar em caso de emergências.
É sabido que a rotina diária distancia as pessoas do conhecimento de melhores alternativas e da iniciativa da mudança. Cabe às lideranças conscientizá-las sobre as constantes mudanças no ambiente em que estão inseridas e redirecioná-las. Sem uma visão clara do papel de cada um dentro do atendimento ao paciente, com certeza em algum momento problemas aparecerão – falta de profissionais, falta de materiais e medicamentos, faturamento incorreto, problemas com liminares, prejuízos etc.
Cabe ao líder buscar a melhor forma de inserção de sua equipe num ambiente motivador, onde a aprendizagem seja uma prática constante e as pessoas se sintam seguras para compartilhar suas dificuldades e angústias. O líder assume o papel de orientador e apoiador das pessoas sob sua responsabilidade, alguém que estimule o crescimento pessoal e profissional, cuja maior responsabilidade e o desenvolvimento de sua equipe.
Portanto, a liderança tem um papel fundamental na integração entre os membros das equipes responsáveis pelo paciente. Além de procurar manter uma excelente comunicação entre a equipe, deve ser responsável também pela educação e capacitação desses profissionais.
Além de líderes capazes de se comprometer com o desenvolvimento de sua equipe, é fundamental que esses profissionais também tenham uma visão bastante clara do planejamento de suas atividades.
Esse planejamento pode ser entendido, como um processo contínuo de aplicação dos recursos disponíveis – tecnologia, pessoas, processos com o objetivo de maximizar os resultados, por meio do aumento da produtividade e da redução do desperdício. Para isso, é fundamental o mapeamento dos processos de trabalho, pois a análise desses processos permitem um planejamento adequado das atividades, a definição de responsabilidades e o uso adequado dos recursos disponíveis.
Neste contexto, a gestão por processos tem se mostrado uma excelente alternativa uma vez que permite a compreensão, o entendimento e a padronização das diversas atividades. Por meio da análise dos processos é possível identificar oportunidades de melhoria que se traduzem em maior produtividade e agilidade na sua execução. Essa implantação fará com que as atividades realizadas pela organização tenham um redesenho resultando padronização dos processos em busca da perfeição deixando a empresa flexível no sentido de alcançar a eficiência e a eficácia.
Portanto, podemos concluir que liderança e planejamento são indissociáveis quando pensamos no desenvolvimento empresarial. Não basta apenas a atuação de líderes capazes de compreender os anseios da sua equipe. É fundamental também que a instituição dê especial atenção ao planejamento de suas ações. A articulação entre esses dois aspectos da gestão é, sem dúvida, essencial para garantir o sucesso e a perenidade da organização.
*Adriano Antonio Marques de Almeida
É consultor de educação do Consórcio Brasileiro Acreditação. Coordenador da Especialização em Administração Hospitalar – Centro Universitário São Camilo (SP). Mestre em Administração. MBA em Gestão de Organizações de Saúde FGV (RJ). Pós-Graduação em Gestão de Pessoas – Fundação Machado Sobrinho (JF). Graduado em Administração de Empresas – UniCeub (DF).

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